Envelhecer, é perder tudo.
A velhice, todos nós a conhecemos.
Vislumbramo-la,
mesmo quando somos jovens, ao acenarmos com a cabeça
quando um avô morre.
Depois remamos por anos nos lagos de verões plenos,
ignorantes e satisfeitos. Mas um casamento,
que começou sem danos, espraia-se
em destroços pela praia,
um amigo de escola cai
redondo nas rochas.
Mesmo quando um novo amor nos carrega
após a meia-idade, as nossas mulheres morrerão
nos anos mais belos e fortes.
Mulheres novas vêm e vão. Todas vão.
A bela amante que se anuncia
temporária,
é temporária. A corajosa mulher,
de meia-idade ante a nossa velhice,
afunda-se sob uma ansiedade que não pode suportar.
Outro amigo de décadas alheia-se
com palavras que poluem trinta anos.
Iremos todos sufocar sob a lama da margem do lago
e afirmar que é adequado
e delicioso perder tudo.
Donald Hall
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