11 de outubro de 2018

Palimpsesto

Uma morte raspa outra morte da superfície
que raspou a morte de anteontem
e tudo o que se lê é ausência

Poema é um verbo que apaga um poema
Não há outro verso senão silêncio, 
que é um homem devorando-se a si mesmo                 
Um vírus, a linguagem, o mestre disse

Desde sempre, para sempre

Compreendo, pois, o teu ressentimento
Dificilmente se está por gosto no inferno

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