1 de agosto de 2016

Vocabulários

Quando meu filho ouve e pronuncia nova palavra
que o deixa mais próximo de meu mundo, repetindo-a
circularmente no seu solar mantra de aprendizagem
Ah!, Oh!, Oh!, minha abismada alegria
não pode senão servir-se 
das exclamações da infância
Mas seria imprudente, em meu caso,
falar-se de um regresso, mantendo-me eu,
como qualquer crescido, tristemente prolixo,
e, no dele, de uma chegada,
à terra nova da idade adulta,
entendida e arrumada pelas palavras,
mais e mais difíceis, excessivas palavras
Desconhecendo com rigor a quê,
Ambos acenamos adeus,
Como se em margens opostas e mútuas que se apartam,
de uma ponte cada vez mais silenciosa,
onde nem se pode escutar o mais leve
e breve segredo da escura água que passa

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