16 de junho de 2023

Vida Própria

Algumas palavras amaram-te, mulher. Algumas, não todas, que todas têm vida própria, livre arbítrio. Outras amaram mulheres outras. Juntas, essas metades amaram todas as mulheres, mas todas com o teu rosto e o teu gosto, para espanto meu, teu e do amor. Agora que és só um eco a ir e vir, penso se é mais possível esquecer esse som do que todas as outras coisas por esquecer, ou se é coisa impossível como o silêncio partilhado a que assistia contigo às coisas do mundo quando a sua presença e movimento ainda eram um grito segredado ao coração da nossa curiosidade, órgão e músculo da nossa escuta activa.

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