16 de novembro de 2019

O Segredo

Por um acaso de ramo prenhe de luz verde, dois camaleões encaram-se, reviram os olhos, como algo em tradução, comunicante, o silêncio de um muda lento para a cor do do outro, parecem sorrir, como se compartilhassem uma verdade inconfessa, mas atacam-se só para disfarçar a privacidade de piada e zombarem de nós que, com grande autoridade, falamos do que não sabemos, forjando sentidos, descortinando mistérios, para, veja-se bem!, dois camaleões aparentemente crípticos num poema.

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