Viver é como aprender a fazer ressaltar um seixo à beira-mar. Tarde de areal, a sombra do pai lançada pedagogicamente para a frente do teu corpo sem o trespassar ou perturbar. Atrás de si, a decaída luz do dia quase lhe desenhando asas de guarda rompendo das omoplatas quando regressava cintilando de água e cristal com a pedra eleita e certeira que te faria ir mais longe na trajectória ansiosa de distância. Os olhos brilhando ante teu esmero e foco face a cada ensaio menos falhado, pois é essa a suma e a soma: melhorar o fracasso ou reformulá-lo. Dar-lhe outro nome para não nos escorarmos no frio desse silêncio, sem que nos possamos livrar da sua essência, nossa essência, como o amor, um reflexo mais no espelho da morte.
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