13 de setembro de 2018

Har Nevo

A nuvem em pausa que miro assemelha-se
à nuvem sobre o tabernáculo, borrão gráfico na página vazia.
Enigma simbólico, as sinapses relampejam como céus bíblicos.
Estranha potência, ente divino; há qualquer coisa ali,
tem de haver, senão o que fazemos com a vida?
Que promessa nos está reservada ou nos foi negada
além do monte do que se avista?
A letra mata e jaz em campa incerta na companhia do espírito
que a vivifica. O Amor é um cenotáfio.
Faz um silêncio terrível, contínuo.
Homens parados. Tapamos os ouvidos.
Empáticos, mudos, os animais fitam-nos.

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