A maternidade onde a luz o reivindicou para si mesma sumiu,
no seu lugar, agora, outro edifício lança distinta sombra, tão estranho
como um dente d'ouro em branco sorriso e hálito são, pese embora tudo se apresente
estranhamente familiar, como a escola e o caminho para casa,
do outro lado da estrada.
O silêncio ainda negoceia presença com o sereno meneio das árvores e os cânticos dos pássaros,
os habitantes e os passantes mais casuais parecem conservar ainda,
nos gestos, nas palavras, a mesma lenta velocidade que caracterizava e convertia o bairro num lugar
tão tranquilo e aprazível, sem, pasme-se, as aparições e a ameaça da polícia: podia-se morrer aqui, mas não foi obviamente o lugar onde me fiz homem.
Ninguém sofre mirando uma pintura naïf. Ninguém cresce onde é feliz.
Depois vieram os gritos, os punhos, os desamores, as decepções, os amuos, etc e os mais vários estados do ânimo, tudo aquilo que lastimo e me justifica aqui , a bíblia da minha biografia, a letra que mata e o espírito que a vivifica,
a vontade de resgatar o mundo de si próprio ou condená-lo a um contínuo Apocalipse, as lágrimas nas coisas,
as mais escusadas metáforas, citações e envios, os tropos, a auto-comiseração, a linguagem
com o rei nu, enfim, o anjo de minha história com as penas das asas próprias saindo da boca,
belo e ridículo em triunfante auto-extermínio, tudo aquilo que vai perfazendo
uma muito idiossincrática urgência de melancolia.
no seu lugar, agora, outro edifício lança distinta sombra, tão estranho
como um dente d'ouro em branco sorriso e hálito são, pese embora tudo se apresente
estranhamente familiar, como a escola e o caminho para casa,
do outro lado da estrada.
O silêncio ainda negoceia presença com o sereno meneio das árvores e os cânticos dos pássaros,
os habitantes e os passantes mais casuais parecem conservar ainda,
nos gestos, nas palavras, a mesma lenta velocidade que caracterizava e convertia o bairro num lugar
tão tranquilo e aprazível, sem, pasme-se, as aparições e a ameaça da polícia: podia-se morrer aqui, mas não foi obviamente o lugar onde me fiz homem.
Ninguém sofre mirando uma pintura naïf. Ninguém cresce onde é feliz.
Depois vieram os gritos, os punhos, os desamores, as decepções, os amuos, etc e os mais vários estados do ânimo, tudo aquilo que lastimo e me justifica aqui , a bíblia da minha biografia, a letra que mata e o espírito que a vivifica,
a vontade de resgatar o mundo de si próprio ou condená-lo a um contínuo Apocalipse, as lágrimas nas coisas,
as mais escusadas metáforas, citações e envios, os tropos, a auto-comiseração, a linguagem
com o rei nu, enfim, o anjo de minha história com as penas das asas próprias saindo da boca,
belo e ridículo em triunfante auto-extermínio, tudo aquilo que vai perfazendo
uma muito idiossincrática urgência de melancolia.
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