10 de abril de 2016

Aqui entre nós de barba para barba
agora que aqui não está foi e já não vem
mesmo que todos nos ouçam diga-me cá
chegue-se mais perto tire os óculos ou os olhos
como é seu timbre, estilo, para olhar melhor o som destas palavras
tenho medo que até o nosso respirar constitua um plágio da sua obra
deixou-nos a todos órfãos no visco amedrontado da ideia,
sem destino e sem memória, umbigo cosido, selado
a santa senha por qualquer manobra obscura, cegos
surdos mudos e estúpidos, como quando os primeiros
ante as luzes primeiras que de repente se fizeram,
não acha isto de uma suprema injustiça?
É que quer nos enjeite ou o odiemos,
somos nados e criados do seu poema biológico,
pai contínuo e sempieterno.

Ah, concordamos, pois deixe-me
juntar a minha à sua risada infinda.

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