30 de novembro de 2011

Reino Secreto

ficou a voz da infância
(rastro parturiente amolentando milénios)
como a intermitência póstuma silenciosa
de uma estrela que explode

um silêncio baldio, hostil
a contrafeita companhia animal do reino secreto 
da linguagem

uma espécie de revisionismo histórico
da alegria ( dores omissas,
manchas de sangue limpas com oxigénio
activo) 

o que sobeja da carne
e da alma
um agnóstico
quiçá

o recorte enfim do ténue contorno cintilante do que se não 
logra reconfigurar pelo
photoshop da memória



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